segunda-feira, 4 de julho de 2016

Crônicas Infringentes



Há quatro anos, tenho me dedicado ao exercício da escrita em jornal diário. A experiência é das melhores, já que o exercício de escrever é dos mais gratificantes que posso conceber, aliado que é da própria leitura. Escrevemos porque lemos. 
Todas as semanas durante todo esse tempo, venho me dedicando a buscar uma ideia, dar-lhe contornos, amadurecê-la, pesquisá-la em arquivos pessoais e digitais, nos livros, no noticiário e na imprensa – mas fundamentalmente na minha memória – fatos, episódios, lembranças, intuições, desconfianças que pudessem figurar como uma crônica, um artigo, uma resenha, um editorial, uma crítica, mas fundamentalmente uma crônica, gênero pelo qual tenho a mais alta estima no mundo das letras. Como nunca conseguimos nos organizar no caminho que escolhemos, considero essas crônicas um tanto degeneradas (sem gênero), buscando textualidade e discursividade em diversos expedientes e estratégias. O resultado tem sido algo que resolvi chamar de Crônicas Intransigentes. Com esse título, queria corresponder à dimensão de vozes e pontos de vista que cercam um problema, tentando envolver todos num só abraço textual.
Assim, têm sido semanas e mais semanas dedicando-me ao ofício da escrita, tentando estabelecer um texto que fosse uma crônica, uma resenha, um artigo, uma confissão, qualquer forma textual que pudesse servir de exercício da escrita em temas tão variados.
Esses temas vão do cinema à literatura, da poesia ao teatro, do fato observável à noção vaga dele, de escritores a cineastas com seus livros e filmes, reclamando, pelo menos de mim mesmo, uma palavra, um olhar, um parecer, tudo movido pelo entusiasmo de pertencer à grande confraria formada por aqueles que se dedicam ao ofício de veicular a palavra – a palavra quentinha – desde cedo nas bancas, “postada” num canto de página impressa esperando aflito o seu leitor – poucos – tão cativos e sinceros.
Eis que agora esta palavra procura um outro canto para se instalar, no inominável ciberespaço!
Nas postagens que se seguirão, o olhar enviesado, às vezes crítico, às vezes demasiado ingênuo, sobre temas tão eloquentes, mas premidos e espremidos nas 60 linhas de um ilimitado desconforto de síntese.
As crônicas infringentes saíram do meu cotidiano de observador distraído, professor e leitor quase voraz do que me cai às mãos. É o olhar de quem confia na palavra como veículo de esclarecimento e concórdia, mas, sobretudo, de alerta às coisas do mundo.
Boa leitura a todos e todas.

5 comentários:

  1. Sérgio,

    Que coisa boa! Assim estaremos mais próximos de você.
    Já somos fãs!

    Abraços,
    Rodrigo, Marusa e Ricardinho.

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  2. Que bom, você chegou! Estaremos por aqui te esperando! Curioso pelos textos novos e pelo rico acervo dos últimos anos também !! Bem-vindo !!!

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  3. Oba!!! Voz mansa na boca, letra doce na tela e... (rebeldia no ar?) !!!

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